Governo adia ‘Enem dos Concursos’, mas ainda não tem nova data para provas

Decisão foi tomada em razão das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que alagaram cidades, destruíram moradias e deixaram 37 mortos.

O adiamento estava sendo avaliado pela equipe ministerial do governo, diante da situação de calamidade no Rio Grande do Sul, provocada por fortes chuvas que assolam a região.

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) do Brasil, Esther Dweck, disse em coletiva nesta sexta-feira (3) que ainda não definiram uma nova data.

Quero deixar claro: nas próximas semanas poderemos divulgar uma nova data, mas neste momento a questão logística da prova não nos permite dar uma nova data com segurança”, disse Dweck.

Ela acrescentou que “a conclusão que tivemos é de que seria impossível realizar a prova no Rio Grande do Sul, seja pelos locais de provas afetados, pela impossibilidade de segurança na realização das provas, seja pelo risco de vida das pessoas envolvidas neste processo”.

Em sua fala, a ministra afirmou reiteradamente que a ideia do MGI é democratizar o acesso aos concursos por meio do CPNU. Na sua avaliação, o adiamento protege os moradores das regiões afetadas pelas chuvas, mas também pessoas de outros estados de possível judicialização das provas.

Dweck, cuja pasta está à frente na organização do concurso, chegou a consultar o advogado-geral da União, Jorge Messias, sobre as providências jurídicas que podem ser tomadas sobre o caso.

Na quinta-feira (2), a pasta havia dito em nota que a aplicação do concurso seria mantida no domingo.

Balanço divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul no início da tarde desta sexta mostra que o número de mortos em razão das fortes chuvas que atingem o estado desde o início da semana subiu para 37. Ao todo, 235 municípios foram afetados.

De acordo com dados do MGI, cerca de 100 mil pessoas estavam envolvidas com a prova — sendo 80 mil candidatos e 20 mil profissionais que atuam na logística do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU).

Como funciona o concurso

O Concurso Público Nacional Unificado selecionará candidatos para 80 carreiras em mais de 20 órgãos públicos do governo federal, incluindo ministérios, fundações, agências reguladoras e institutos de pesquisa.

Há vagas para profissionais de níveis médio, técnico e superior.

As carreiras estão divididas em oito blocos temáticos. No ato da inscrição, o candidato escolhia um dos blocos e indicava sua ordem de preferência entre as carreiras daquela opção, assim como os estudantes indicam a ordem de preferência das universidades.

A prova conta com perguntas objetivas, comuns a todos os candidatos, e objetivas e dissertativas específicas do bloco escolhido.

Distribuição de vagas

São 6.640 vagas distribuídas em 21 órgãos federais. Confira as repartições com maior número de oportunidades:

  • Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) — 1.480 vagas;
  • Ministério do Trabalho e Emprego para auditor fiscal do trabalho — 900 vagas;
  • Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) — 742 vagas;
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — 620 vagas;
  • Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) — 502 vagas;
  • Ministério da Saúde — 220 vagas.

Cotas

De acordo com o ministério, serão reservados percentuais para cotas específicas no concurso:

  • 5% do total de vagas de cada um dos cargos a candidatos com deficiência;
  • 20% a candidatos negros;
  • 30% das vagas para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para candidatos de origem indígena.

*Publicado por Renata Souza, com informações de Agência Brasil

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