
Segundo médicos, equipamento é apenas para treinamento; governo diz que cobrou fabricantes e que pode devolver material
A suspeita na compra ocorre num momento crucial para os paraenses, pois o Estado ficou em terceiro lugar no ranking nacional de mortos em 24 horas. Na sexta-feira, o Ministério da Saúde afirmou que foram a óbito 105 pacientes de Covid-19 no Pará. Só ficou atrás de São Paulo (210) e Rio de Janeiro (109), que seguem no topo da lista. Até agora, o Pará tem mais de 600 mortes e quase sete mil infectados pelo novo Coronavírus.
Assim como vêm fazendo a maioria dos governadores por causa da pandemia, Helder Barbalho comprou equipamentos sem licitação. Cada respirador no Pará custou 126 mil reais. Para efeito de comparação, Minas Gerais comprou respiradores em caráter emergencial a 58 mil reais, e a prefeitura do Rio de Janeiro, R$ 48 mil.
No caso do Pará, todos os equipamentos comprados da China apresentaram defeitos na hora da instalação e do manuseio e terão de ser devolvidos para o fabricante. “Trata-se de uma denúncia gravíssima. Pois no meio de uma crise violentíssima na Saúde, ainda temos de lidar com um escândalo dessa natureza”, disse a ÉPOCA o procurador-geral de Justiça do Pará, Gilberto Valente. “O sistema de Saúde aqui já estava colapsado muito antes da pandemia do Coronavírus. Havia uma espera de quatro meses para um paciente conseguir um leito”, emenda.
Fonte: época