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Manter as medidas de prevenção, como o uso de máscaras, tem sido recomendações reforçadas constantemente pelos médicos | Irene Almeida |
Até o momento ainda não há estudos definitivos que afirmam sobre a cura ou reinfecção pelo novo coronavírus, já que trata-se de uma doença nova e que tem levado pesquisadores a buscarem mais informações sobre ela.
A médica infectologista Deborah Crespo explica que a expressão cura se refere a uma infecção que foi eliminada. No entanto, ela diz que a cautela em falar recuperação ao invés de cura tem a ver com as incertezas sobre o novo coronavírus (SARS-CoV-2).
“Como, por exemplo, seu potencial de transmissão após o desaparecimento de sintomas em uma pessoa já diagnosticada e até mesmo dúvidas sobre se uma nova infecção é possível. Precisamos ter maior disponibilidade de testes para conferir melhor a condição de cura”, aponta.
Após melhora clínica sem apresentar mais sintomas da doença, o recuperado possui as condições físicas anteriores ao quadro da infecção. O recomendado é que os cuidados de higienização sejam mantidos e se tornem hábitos. De acordo com a especialista, sair de casa após a recuperação do quadro deve ocorrer sempre com o uso reforçado das medidas como uso de máscaras, lavagem frequente das mãos e evitar aglomerações,entre outras ações.
IMUNIZAÇÃO
“Ficar imune depende da formação de anticorpos, que ainda não sabemos se estes irão conferir uma imunidade impedindo novas infecções ou aquilo que é mais provável – a semelhança de outros vírus como H1N1-, teremos variações e mutações, sendo necessário vacinas anuais para oferecerem imunidade às novas cepas circulantes. Alguns pesquisadores levantam também a possibilidade da Covid-19 vir a se comportar como a herpes e outros vírus que podem ter uma permanência mais longa no organismo”, diz a médica.
Deborah afirma que existem relatos de casos na China e em outros locais sobre nova infecção. “Acreditamos que deve haver a possibilidade de nova infecção, mas apenas evidências futuras poderão demonstrar como de fato podemos desenvolver anticorpos de proteção pela infecção ou por vacinas que futuramente estarão disponíveis”. Ainda segundo ela, a escassez de testes que conferem a detecção do vírus ainda é uma grande barreira para que se possa elucidar todas estas dúvidas, tanto no diagnóstico da infecção como na eliminação ou reinfecção pelo novo coronavírus.
Enquanto isso, tem sido divulgado vários estudos para o desenvolvimento de vacinas que possam imunizar e prevenir a infecção. Países como Inglaterra, Estados Unidos, China e Israel já estão, por exemplo, à frente nos testes, mas ainda nenhuma confirmação sobre a eficácia de nenhuma vacina. Até que isso ocorra, a infectologista acredita que o uso de máscara, hábitos com a higiene e evitar aglomerações ainda são medidas que precisam ser tomadas pelas pessoas para tentar evitar a contaminação e transmissão. “Espero que toda esta crise nos deixe um grande aprendizado: o cuidado de nossa saúde”, comenta.
Fonte: DOL