Ataque de piranha no Pará: perna de mulher pode ter sido ‘confundida’ com alimento, diz especialista

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Há pelo menos 20 espécies de piranhas na Amazônia. Especialista diz que elas não vivem em cardumes e que primeiro ‘beliscam’ presas para se certificarem de que elas não apresentam perigo.

A mulher que levou 30 pontos na perna após um ataque de piranha possivelmente foi “confundida” com alimento pelo peixe, segundo um especialista em fauna aquática ouvido pelo g1.

De acordo o professor associado do Laboratório de Ecologia e Conservação do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA), Luciano Montag, apesar de muitas pessoas imaginarem que as piranhas vivem em cardumes, elas costumam estar sozinhas.

“Elas são quase solitárias. Elas se agregam para comer carne de animais e frutos, mas antes, elas procuram saber se aquela ‘presa’ não representa perigo, por isso ela belisca antes de comer”, explica o doutor em zootecnia.

A banhista foi atacada em Itaituba, no sudoeste do Pará, no domingo (7) e se recupera em casa. Ela estava tomando banho na praia do Aramanaí, às margens do rio Tapajós, quando sentiu a mordida.

A mulher foi socorrida por guardas vidas do Corpo de Bombeiros, levada para o Hospital Municipal de Itaituba e agora se recupera em casa.

O animal fugiu após a mulher se movimentar na água. “Foi uma tentativa, tinha ali uma perna, uma carne, e tentou, como a moça se mexeu, elas fugiram”, detalha o professor da UFPA.

Piranhas na região

O professor diz que há possibilidade de o local onde ele foi mordida ser uma área de reprodução, e como é um peixe que não tem muito cuidado parental, com filhotes, alguns saíram e tentaram pegar o que identificaram como uma presa.

“Na região pode ter pelo menos 5 espécies de piranhas. Os principais gêneros de piranhas são as Serrasalmus e Pygocentrus”, detalha.

Ele explica que há piranhas em toda a América do Sul e em todos os rios da Amazônia.

“Aqui na Amazônia temos pelo menos 20 espécies de piranha. Todo rio tem piranha, tem poraquê, tem tubarão, então esses ataques esporádicos vão acontecer, mas qualquer reação, no caso de ser uma pessoa, eles fogem”, diz.

Cuidados

Para ele, é preciso ter mais cuidado com arraia do que com piranha nos rios da Amazônia, porém, se identificar que há algum tipo de ferimento na pele, é melhor evitar entrar na água.

“Sangue de outros animais atrai peixes carnívoros, então, tomando esses cuidados e respeitando o ambiente deles, não há muito com que se preocupar”, avisa o especialista.

O g1 procurou a Prefeitura de Itaituba e o Corpo de Bombeiros para saber quantos ataques já foram notificados na região e se há alguma ação de prevenção, mas não obteve retorno até o início da tarde desta terça.

Texto: G1 Pará

Mulher é atacada por piranhas em praia de Itaituba, no Pará — Foto: Roma News/Reprodução
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